domingo, 11 de novembro de 2007

E a estréia???

Filme concluído! Agora só falta a trilha sonora, que também já está em fase final de produção!

Estréia confirmada para o dia 3 de dezembro na Cinemateca, junto com os demais filmes da turma do 6º período de jornalismo da PUC-PR.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Edição finalizada

Depois de muitas noites, como dizem nossos pais, "inventando moda", o filme está pronto. E muito bom. Digno de concurso. Aguardamos ansiosamente pelo lançamento.

Agradecemos imensamente ao Arnaldo, técnico da BR que editou o nosso material, por compreender cada piração que surgia e fazer exatamente o que a gente imaginava. E principalmente pela paciência de agüentar às vezes três ou quatro mulheres juntas fofocando e tagarelando.

Em breve:
Fotos do último dia de edição, por Raffaela Ortis.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Entrevista com Ana Paula Johann

Como começou seu interesse por cinema?
Aconteceu. Fui ao cinema pela primeira vez com 17 anos assistir Guerra dos Canudos e me encantei pelo corte, pela piscada. Depois estava me graduando em jornalismo e percebi que em meu currículo só havia cursos de cinema. Mais tarde fui atrás de bolsa de estudos e ganhei uma de documentário na Universidade de Barcelona.

Quais são suas principais influências - literárias, cinematográficas etc?
Eu gosto muito de cinema europeu, existencialista e que fale do homem nas suas entrelinhas. Acho que além das mazelas da pobreza, existe algo no homem que perpassa tudo isso. Eu gosto também de filmes que tem estudo de linguagem. Dos cineastas contemporâneos gosto de David Lynch, Lar Von Trier, Win Wenders, e gosto dos diálogos dos filmes de Woody Allen e Pedro Almodóvar. Agora em documentário gosto dos filmes do Jorge Furtado, Eduardo Coutinho, Sandra Kogut.

Quais temas que mais gosta de trabalhar?
Não gosto de temas que ficam muito presos em regionalismos. Gosto de temas universais. Havia um escritor, o qual agora não me lembro a frase que dizia: quer ser universal, fale do seu quintal.

O que foi mais marcante em sua história profissional?
Na verdade minha carreira está apenas começando. Só fiz um curta até hoje, o “de tempos em tempos” e estou com os outros projetos. Mas está sendo interessante o seu retorno, como as pessoas tem olhado para ele. Agora neste mês de setembro fomos convidados para abrir o 5º Cinedocumenta com o fotógrafo e agora também diretor Walter Carvalho.

Como definiria o estilo de seu trabalho (esteticamente etc)?
É sempre difícil para nós mesmos definirmos o nosso trabalho, para os outros talvez mais difícil ainda, por que é sempre uma leitura, uma interpretação que varia de acordo com o olhar. Mas posso dizer a priori que gosto de coisas poéticas, mas que sejam profundas.

Como funciona o processo de criação do seu trabalho? As leis de
incentivo facilitam de alguma forma?
Eu geralmente tenho a idéia, faço um projeto base. Começo a fazer a pesquisa por minha conta, incluindo os custos e ai coloco em editais de acordo com o perfil do edital. Hoje só tem duas maneiras de realizar um projeto de arte, ou através de lei, ou bancando do próprio bolso. As Leis de Incentivo ajudam sim, mas deveriam ser pensadas outras formas, uma vez que as empresas não querem mais desembolsar um centavo que não seja por lei.

De que forma se dá a divulgação de seu trabalho?
Depois de finalizado o trabalho, faço um lançamento, divulgo na imprensa, levo um material, o filme, release, fotos. Depois envio para Festivais e só então disponibilizo para TV, internet, etc.

Sobre a questão técnica - poucas pessoas conseguem sobreviver de
cinema no Paraná, portanto toda a equipe técnica acaba "fugindo" para
a publicidade para sobreviver da sua profissão. Como é lidar com isso?
É a maioria das pessoas que trabalham com cinema, sempre tem uma função dupla, ou trabalham com publicidade ou ainda em produtoras que trabalham com vídeos empresarias, produções comerciais. Só depois de um tempo com trabalho reconhecido é que se consegue às vezes, viver só disso e é para pouquíssimos. Infelizmente isso já virou praxe, quem trabalha com teatro, também tem outra profissão, ou um negócio. Acho que isso mostra o valor que arte tem para as pessoas, quase nenhum.

É possivel viver de cinema no Paraná? O profissional que quiser se
dedicar à área passa por quais dificuldades?
Acho que depende o patamar que a pessoa está é possível sim, mas sempre fazendo parcerias com outras cidades.

Em sua opinião, qual o nome mais significativo para a história do
cinema no Paraná?
Temos Fernando Severo, Marcos Jorge

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Entrevista com Paulo Munhoz

Segue entrevista com o realizador Paulo Munhoz, realizada por Amália Dornellas

Carreira:

Amália - Como começou seu interesse por cinema?

Munhoz - Como espectador, creio que nas brincadeiras de projeção de sombras em minha casa, quando faltava a energia elétrica. A decisão pelo fazer cinematográfico se deu numa tarde de domingo, em 1985, na percepção de que seria uma profissão a me dar as possibilidades de: a) lidar com criatividade todo o tempo, b) pesquisar conteúdos diferentes em cada trabalho, c) influenciar o mundo.

Amália - Quais as suas influências - cinematográficas, literárias etc?

Munhoz - Eu vejo de tudo e leio de tudo que o tempo me permite. Meus assuntos principais são filosofia, artes, física, mitologia, religião, engenharia, psicologia, computação, história, design, política, ecologia, artes marciais ... Não me interesso por futebol. Acho que isso me permite o tempo para outros assuntos. Posso dizer que me inspiram: Norman Mc Larem e Godfrei Regio.

Sobre sua formação - instrução, família, amigos, coisas que gosta de fazer, inspiração?

- Sou Mestre em Tecnologia, com pesquisa na área de linguagens e tecnologias audiovisuais pelo PPGTE UTFPR, Sou Pós-Graduado em Ciências da Computação pela PUC PR, e formado em Engenharia Mecânica pela UFPR. No audiovisual sou praticamente auto-didata.

Minha família é composta de: TALES (meu maior amor e meu grande mestre), DANI (meu segundo amor) e MIM. Minha maior inspiração é a natureza. Para mim é a base a partir da qual sempre penso o mundo. Outra inspiração são meus grandes mestres.

Como lazer gosto de acampar, tomar banho de rio e de mar (limpos), caminhar, correr, estar num dojo, estudar e ver filmes.

Quais os temas que mais trabalha, nos filmes?

Minhas preocupações têm a ver com a evolução do ser humano. Meus filmes tentam estabelecer reflexões sobre nossa situação, sobre caminhos, sempre com bom humor. Acredito no poder revolucionário do sorriso.

Filmografia (título, bitola, duração e ano de estréia de todos os filmes) e Carreira dos filmes - prêmios, críticas:

Em anexo.

O que foi mais marcante em sua história profissional?

- Acho que o filme O POETA representa um grande ponto de mutação na minha carreira, mas cada trabalho traz muita coisa boa, nova, transformadora. BRICHOS é meu primeiro longa, PAX é o meu filme mais premiado, enfim, esta é uma pergunta difícil. Acho que o mais marcante foi a decisão em me tornar cineasta, num momento em que isso era um grande absurdo.

Como definiria o seu estilo como diretor? Esteticamente etc?

Sou um diretor bem, digamos, ¨dialógico¨, ou seja crio instâncias de co-criação com todos os parceiros do filme. Planejo muito, sou muito organizado, mas totalmente aberto a mudanças que permitam a melhoria do filme. Sou também um grande experimentador, meus filmes não tem uma "cara" única que dê pistas de quem os fez, com excessão do tipo de humor, talvez.

Produção:

Como tem sido o seu modo de realizar filmes - produção, verba, recursos humanos (pedir para descrever como acontece o processo, desde a criação)?

Não tenho tempo para responder essa pergunta, perdoe-me.

Como são divulgados os seus filmes?

Cada um tem seu meio próprio. É muito diverso.

De que forma as leis de incentivo, as escolas, a TV Educativa e a RPC, entre outros, têm ajudado a sua carreira?

As leis de incentivo têm sido o grande mecanismo para a produção audiovisual. Sem elas não teríamos o nível de desenvolvimento que estamos tendo no Brasil. A TV Educativa, a RPC e outros veículos têm sido grandes parceiros, sempre nos apoiando da melhor forma. Sobre escolas, a que realmente interfere em nossa produção é a minha, ou seja a TECNOKENA em seus cursos, pois é onde conheço e desenvolvo talentos.

Sobre a questão técnica - poucas pessoas conseguem sobreviver de cinema no Paraná, portanto toda a equipe técnica acaba "fugindo" para publicidade para sobreviver da sua profissão. Como é lidar com isso? Com quais os técnicos tem trabalhado mais frequentemente e o que significa?

Essa é uma pergunta complicada, pois sobreviver de cinema é algo difícil no mundo e não apenas aqui. Tenho construído, ao longo dos anos, um grupo de parceiros de altíssimo nível, destacando o VADECO, o ÉRICO BEDUSCHI, o ANTONIO ÉDER, o WALKIR FERNANDES, o TIAGO AMÉRICO, a minha sócia DANIELLA, é claro, que conseguem gerar muita energia. Isso nos faz avançar. Por outro lado tenho trabalhado com outros grande profissionais e um time de atores como MAURO ZANATTA, MÁRIO SCHOEMBERGER, TUPA, ENÉAS LOUR, MICHELLE PUCCI, FABÍOLA, CÉLINHA, REGINA VOGUE, ANDRÉ COELHO, CHICO NOGUEIRA, etc, que nos ajudaram a dar a máxima qualidade em nossas obras.

E a formação de mão de obra - tem opinião formada sobre os cursos de cinema locais?

Não, não tenho. Mas posso garantir que nosso curso ANIMATIBA, realizado aqui na TECNOKENA é muito bom.

É possível viver de cinema no Paraná? É só a questão financeira? Quais são as outras dificuldades? O que é necessário para que o profissional possa viver só de cinema?

É preciso coragem, determinação, disciplina, inteligência, senso ético e muita capacidade de trabalho.

Aponte o nome mais significativo para a história do cinema no Paraná (pessoa, instituição etc).

É tanta gente boa que vou citar 3: VALÊNCIO XAVIER, na questão de formação e pesquisa; GROFF por ter legado ao Brasil um acervo magnífico do seu tempo; ARAMIS MILLARCH como crítico e instigador cultural.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O narrador

Após uma longa pausa, vamos falar mais sobre quem é quem no filme!

Não é preciso caracterizar este papel. Agradecemos o "sentido da vida" de Andrei Moscheto, do grupo Antropofocus, e a gentileza em aceitar participar!

As primeiras edições

Urucubaca!!

Brincadeira! O que aconteceu é que o primeiro dia de edição, na última segunda-feira, foi em vão (isso que é rima, meu irmão!). Toda a captação foi perdida porque a ilha "deu pau", mesmo depois de o processo já ter sido repetido uma vez ainda na segunda.

Ontem, o recomeço com o Arnaldo. Felizmente deu tudo certo, nada foi perdido e conseguimos captar todo o material e editar quatro cenas e meia!

Está ficando muito legal!!
Aguardem!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Entrevista com Silvana Corona

Segue entrevista com a cineasta Silvana Corona, realizada por Marisol Vieira:

Carreira

Como começou o interesse pelo cinema?
Sempre amei o cinema, desde o primeiro filme (um bang bang no interior do Paraná, onde nasci). E sempre gostei de escrever e contar histórias, então só mudei a mídia. Aos 20 anos escrevi meu primeiro roteiro e aos 23 anos mudei para São Paulo com a intenção de trabalhar em cinema. Lá fiz faculdade de cinema na FAAP e não parei mais. Trabalhei com cinema e vídeo e depois retornei a Curitiba, onde continuo com essa opção.

Quais as suas influências? – cinematográficas, literárias etc
Acho que poderia citar um grande número de filmes, mas vou começar pelas influências iniciais, que foram "Um Dia de Cão", que na época eu matava aula para assistir. Assisti todos os dias durante uma semana. Depois "Laranja Mecânica", "Lúcio Flávio", "All that Jazz", "Excalibur", "Blade Runner" e "Heavy Metal" - porque uma influência muito grande sempre foram os quadrinhos. Hoje meu autor preferido é Neil Gaiman, que escreveu a série Sandman. Leio tudo dele. Adoro filmes e livros de fantasia, de suspense, mas que tenham um conteúdo de crítica escatológica. Mas tem milhares de outros filmes e livros e é impossível citar todos. Gostava muito do Érico Veríssimo, li umas 3 vezes "O Senhor dos Anéis" e amei o filme. Pra mim, ler e ver filmes é puro prazer. Não tem aí nada muito intelectual. Adoro o Tarantino e o Almodóvar, justamente pela transgressão. O Robert Rodrigues e vejo todas as adaptações de quadrinhos, como o Sin City e 300.

A sua formação – instrução, família, amigos, coisas que gosta de fazer, inspiração...
Sou formada em cinema, pela FAAP de São Paulo. A família é extensa, tenho muitos irmão e amigos. Tenho um irmão poeta, que é o Ricardo Corona, com quem acabo tendo mais contato porque ele mora aqui. Tenho um filho de 10 anos, que é o Pedro e eu sou bem coruja. Vivo há 23 anos com a mesma pessoa, quer dizer, neste ponto acho que sou bastante estável. O que me permite elocubrar e "viajar" bastante quando se trata de contar histórias. Acho que tenho uma história de vida razoável que me serve de repertório. Adoro ir ao cinema e adoro ler. Viajar, coisas normais... sou meio natureba e acho que tenho um pezinho nos anos 70 ainda. Então, meus heróis são aqueles que morreram de overdose.

Quais os temas que mais trabalha, nos filmes?
Gosto de retratar as experiências de pessoas que fazem a diferença no mundo, quando se trata de documentário. Na ficção, gosto mais da fantasia, da alegoria, sempre me concentrando no personagem. Mas tudo isso é sempre meio que um pano de fundo. Não há um tema específico, recorrente, porque gosto de explorar coisas diferentes. Então cada filme ou video é uma coisa nova, de uma idéia que tive, ou de alguma sensação ou algo que tenha acontecido a alguém.

Filmografia (título, bitola, duração e ano de estréia de todos os filmes)
- "Nosferatu, A Verdade" - um trash movie, de 5 minutos em 16mm - 1987;
- "Olhos Sobre Tela" - 10 minutos em 35mm, 1991;
- "Instrumentos Musicais" - 15 minutos em SVHS, 1991;
- "Paranapiacaba" - 20 minutos em SVHS, 1991;
- "O Rio que Passa em Nossa Aldeia" - 20 minutos em SVHS, 1991;
- "Certa Manhã", 1 minuto em SVHS, 1992;
- "Curitiba Cine in Concert" - 3 horas em SVHS, 1994 - mostra;
- "Anel de Fogo" - 7 minutos em SVHS, 1995;
- "Uma Aventura no Reino do Xadrez" - 19 minutos em minidv, 1998;
- "O Lobo Solitário" - 14 minutos em minidv, 2001;
- "Contos da Terra Sagrada" - 55 minutos em minidv, 2004;
- "Caros Ouvintes! - Uma Pequena História do Rádio" - 30 minutos em minidv e ainda inédito. Foi realizado em 2005;
- "Abacate" - 5 minutos em HDTV, em finalização.

Nos intervalos, trabalho em campanhas eleitorais, em institucionais e edito inúmeros gêneros de vídeos e programas de tv.

Carreira dos filmes – prêmios, críticas
"Olhos Sobre Tela" foi selecionado na Mostra de Cinema de São Paulo, aquela organizada pelo Mis de lá, na estréia. Paranapiaca venceu o Festival de Vitória pelo Júri Popular, em 1991. O Rio que Passa em Nossa Aldeia ficou em 4º lugar num festival de filmes ecológicos do interior de São Paulo. Certa Manhã ficou entre os 5 finalistas brasileiros no Festival do Minuto, no ano em que o Festival se tornou internacional, 1992. Uma Aventura no Reino do Xadrez não ganhou nenhum premio, mas é meu filme mais visto. Vende até hoje e já atingiu mais de um público estimado de mais de 1 milhão de pessoas. É exibido em escolas do Brasil todo e até no exterior. O Lobo Solitário já ganhou 3 premios de melhor filme, além de ter sido exibido no Globo Repórter. Contos da Terra Sagrada foi o vencedor do primeiro DocTv.

O que foi mais marcante em sua história profissional? (contar a história, se possivel)
Foi vencer o DOCTV, com o roteiro de "Contos da Terra Sagrada". É um documentário sobre as 3 etnias indígenas do Paraná. O documentário me possibilitou realizar algo que sempre quis fazer. Por 30 dias vivemos entre os índios, visitamos 9 aldeias e tivemos a oportunidade de conhecer pessoas incríveis. Difícil foi acostumar de novo com os "brancos". Fiz amizades que se mantem até hoje. A gente se visita e se telefona e até e-mails trocamos. Sempre digo que quando me aposentar, vou largar tudo e viver no meio de alguma aldeia, se eles me aceitarem lá.


Como definiria o seu estilo como diretor? Esteticamente etc
Quando faço documentários, gosto da produção um pouco mais solta e de explorar as possiblidades que surgem. Apesar de fazer um bom planejamento, na hora de realizar deixo as coisas acontecerem porque considero que assim vou obter mais expontaneidade e mais realismo. Nem sempre funciona. Na ficção, levo mais apertado. Mas não deixo pra tomar as decisões no set. Quando estou no set quero tudo pronto e sair rodando. Faço reuniões com a equipe e com o elenco, discuto muito o roteiro antes e aí sim, dou margem pra opiniões. Quando se vai para um set, tem-se que ter em conta que a hora do planejamento acabou. A improvisação também. O set é o local da ação em todos os sentidos. Isso nem sempre é respeitado.

Produção

Como tem sido o seu modo de realizar filmes - produção, verba, recursos humanos? (descrever como acontece o processo, desde a criação, se possível)
Acho que tem sido igual a todos os realizadores do Paraná, hoje em termos de verba. Estamos todos dependentes de leis de incentivo e de premios. O mercado não está muito bom nem para os "famosos", pois até eles tem recorrido a esses mecanismos. O único filme que conheço no Brasil que foi feito fora desse modelo foi "Olga". Particularmente, odeio ficar nessa dependência. Pois odeio a parte financeira e burocrática, que são aquelas intermináveis planilhas. A parte que gosto é de escrever o roteiro e "ir pra estrada" realizar o filme. A parte criativa é muito gratificante. Idéias sempre tenho aos borbotões e nem sempre dão um filme. Ás vezes ficam só nas idéias mesmo. Mas quando elas ganham força a ponto de eu me sentar para escrever, sai numa tacada só, começo, meio e fim. Aí, depois, vou lapidando, e então escrevo o roteiro. Muitas vezes escrevo em parceria. Adoro discutir com outras pessoas sobre o que estou escrevendo e adoro palpites. Então acho que me dou bem em equipe. Procuro fazer parcerias com quem estou trabalhando porque rende mais. Acho que todo mundo tem que estar fazendo o mesmo filme, é isso que sempre me asseguro. Quando a equipe começa a se rebelar é porque não está comprometida e você de alguma forma falhou como diretor. Acho que a direção começa na escolha da equipe. E tudo isso conta muito sobre o resultado final.

Como são divulgados os seus filmes?
Normalmente contrato uma assessoria de imprensa que é a forma possível e barata hoje de divulgar. As verbas das leis de incentivo para a divulgação são bastante limitadas. Uso bastante a internet também.

De que forma as leis de incentivo, as escolas, a TV Educativa e a RPC, entre outros, têm ajudado a sua carreira?
Já fiz coisas fora das leis de incentivo. Acho que são hoje a única maneira de fazer cinema, porém as leis estão ficando cada vez mais burocráticas e isto está até interferindo na criação. A Fundação Cultural tem adotado uma postura financeira moralista, que a meu ver está fazendo o tiro sair pela culatra. Se o cara for honesto, pode ser o pior artista do mundo, que vai ter incentivo. E se ele tiver bastante paciência pra driblar a lei, consegue ser o pior artista e desonesto ao mesmo tempo. Quanto às redes de tv, devagar e timidamente estão iniciando projetos indenpendentes. Acho que por um lado elas tem razão, pois tem de olhar para o mercado e ser auto-sustentáveis. Mas por outro lado, nunca arriscam. Ninguém arrisca e ficamos todos presos a esse círculo vicioso. Acredito piamente que se todo mundo se envolvesse para criar de fato uma indústria ela daria muito certo. É só ver o exemplo de filmes mais comerciais como os da Xuxa e os da Globo e a gente percebe que há um vácuo a ser preenchido e que nós ainda não encontramos o caminho para preenchê-lo. Acho que a culpa não é do público. Se fosse, porque responde tão bem aos filmes estrangeiros? Porque abarrota cinemas quando o filme tem uma boa divulgação como é o caso de Dois Filhos de Francisco e Cidade de Deus? A resposta está que invenstimos tudo na produção e não na divulgação. E há o famoso gargalo da exibição. A gente tem que forçar esse caminho com algumas alternativas até provar para os exibidores que filme brasileiro dá lucro.

Sobre a questão técnica - poucas pessoas conseguem sobreviver de cinema no Paraná, portanto toda a equipe técnica acaba "fugindo" para a publicidade para sobreviver da sua profissão. Como é lidar com isso? Com quais os técnicos tem trabalhado mais frequentemente e o que significa?
Não é um caso isolado do Paraná. Morei 10 anos em SP e lá, apesar de se fazer mais cinema, não dá pra viver só dele. Você vai trabalhar numa produtora e na produtora dá mais lucro fazer comercial. Um comercial de 30 segundos tem orçamento maior que muitos longas, então você não pode virar as costas pra esse mercado, que paga as tuas conta. E pra quem tem a cabeça no lugar, é uma escola. Você aprende a ser "profissional". Não cabe a mim julgar as escolhas de ninguém. Acho que a melhor forma de lidar com essa "fuga" é pagar a mesma coisa. Está na hora de o cinema deixar de se comportar como o primo pobre. É claro que pagar bem a equipe eleva o orçamento, mas o princípio tem que ser esse. A valorização do profissional. As pessoas acham os salários escandolosos, mas esquecem que o cara ganha aquilo umas 2 vezes por ano, no máximo. Então é esse moralismo a que me refiro no caso das leis de incentivo. O cara que julga é um funcionário público que ganha a metade do cachê do assistente por mÊS e quando bota o olho naquela grana toda acha um absurdo. Quem faz sabe que não é assim. Que ganhamos esse cachê muitas vezes uma vez por ano.

E a formação de mão de obra – tem opinião formada sobre os cursos de cinema locais?
Acho que ainda estão deixando muito a desejar. Vale como um início de carreira, pro cara achar a turma dele. Mas acho que o que vale mesmo é a experiência. Tive uma experiência bem desagrável com alunos da extinta (em Curitiba) Academia de Cinema. Acho que eles tem muito chão pela frente e tem que se mostrar um pouco mais dispostos.

É possível viver de cinema no Paraná? É só a questão financeira? Quais são as outras dificuldades? O que é necessário para que o profissional possa viver só de cinema?
Não é possível, na minha opinião. Então todos nos viramos com comerciais, institucionais e sei lá que mais. Falta mercado. Filme na gaveta todo mundo tem de monte. Aí até aprova na Lei Rouanet ou na Lei do Audiovisual, o problema é conseguir o dinheiro. E mesmo que consiga realizar falta distribuição. Quer dizer, não há uma indústria no Paraná que faça com que alguém consiga se dedicar com exclusividade. Acho que parcerias com as tvs, com os exibidores locais, abrir canal de distribuição. Ou fazer como o Guto Pasko, pegou o filme dele, colocou debaixo do braço e foi para cidadezinhas do interior exibir em auditórios.

Aponte o nome mais significativo para a história do cinema no Paraná (pessoa, instituição etc).
É difícil dizer, mas vou arriscar um pioneiro, que é o Groff. Na minha opinião, ele foi além daqueles filminhos mudos porque criou um roteiro e deu a ele uma linguagem, que é o filme Pátria Redimida, ou algo assim (sou meio ruim de memória), dá prá confirmar na cinemateca ou com a própria Celina. O filme é o primeiro filme digno deste nome no Paraná. Tem história, linguagem e tem montagem.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Entrevista com Elizabeth Wagner

Segue entrevista realizada com a cineasta Elizabeth Wagner, realizada pela integrante do grupo Raffaela Ortis:

CARREIRA

Como começou o interesse por cinema?


O interesse pelo cinema, a princípio, especialmente pelo cinema de animação, despertou enquanto assistíamos um documentário sobre os Estúdios Disney. Começamos então a fazer nossas primeiras experiências em desenho animado, tudo improvisado, usamos uma copiadeira pequena, construída por meu avô para copiar, dando seqüência aos desenhos

Quais as suas influências – cinematográficas, literárias etc.


Nossa formação autodidata foi valorizada por alguns amigos, o que nos levaram a investir com mais segurança nas realizações. O que o grupo mais gostava de fazer: sair bem cedo, nos finais de semana com a câmera registrando cenas campestres, ou marinhas, como nosso pai, pelo interesse ecológico.

A sua formação – instrução, família, amigos, coisas que gosta de fazer, inspiração...

Na verdade não tivemos influência de outros cineastas, ou literária. Talvez nossa maior influência tenha sido o trabalho de meu pai, e os desenhos de minha mãe, excelente desenhista, criativa. Seu estilo detalhista influenciou em nossa carreira.

Quais os temas que mais trabalha nos filmes?


Os temas sempre foram variados, em alguns filmes a crítica social, ou ecológica, às vezes sem tema puramente experimental.

Filmografia (título, bitola, duração e ano de estréia de todos os filmes)

Carreira dos filmes – prêmios, críticas

2007 - Helmuth Wagner –Alma da Imagem

Documentário - um panorama sobre a vida e a obra de um dos mais destacados fotógrafos das paisagens paranaenses.

1991 - A Flor

- III Mostra Internacional de Curtas Metragens de São Paulo

- Lançamento em São Paulo no projeto Curta Inédito

Mostra XI do Museu da Imagem e do Som

-Participação da Mostra de Cinema Imagens do Meio Ambiente

1987 - Respeitável Público

-10ª Jornada de Cinema e Vídeo do Maranhão

Prêmio: troféu São Luís

-Participação na 1a mostra de cinema Latino-americano do Paraná 1987

-Convidado para exibição especial de abertura da 21ª

Jornada Nacional de Cine Clubes 1987

-Selecionado para o Rio Cine Festival 1988

-Roteiro selecionado pelo concurso Embrafilme e Secretaria de Cultura do Paraná distribuído pelo Concine para exibição comercial.

1980 - O Ciclo

- Prêmio segundo lugar no concurso de filmes sobre a

"Erva-Mate". Uma cópia se encontra no Museu do Mate (Moinho da Rondinha).

1980 - Curityba

-Filme sobre a cidade de Curitiba (Uma cópia encontra-se na cidade de Toronto, Canadá)

1979 - Cidade dos Executivos

-Filme inspirado num poema do então prefeito Jaime Lerner, que levou uma cópia para ilustrar uma palestra nos Estados Unidos, sobre o meio-ambiente

-lª Bienal lnternacional Paineiras de Cinema Amador-São Paulo-Melhor filme de animação

- 10 º Festival Paineiras do Filme Super 8 - São Paulo

Melhor Filme Júri popular

Melhor Filme Animação

Melhor Fotografia

Melhor Trilha Sonora

Melhor Apresentação

-IV Mostra Nacional do Filme Super 8 de Curitiba

Melhor Animação

1979 – Pudim de Morango

II Festival Paineiras do FilmeSuper 8 -SãoPaulo

Segundo Melhor Filme de Animação

1979 - Foi Pena Q...

- Selecionado para o Canadian International Amateur Film Festival

-The Toronto Movie Club

Certificado de reconhecimento de qualidade

-Convidado para o evento Lisboa 84 10 anos de cinema Super 8 no mundo promovido pela Federação Portuguesa de Cinema e Audiovisual.

-Festival nacional de filmes Super 8 de Gramado.

Segundo Melhor Filme

- Festival Vale do Paraíba SP

Melhor Filme

-V Festival do Filme Super 8 Campinas SP

Melhor Filme de Animação

-IV Mostra Nacional do Filme Super 8 Curitiba

Melhor Filme (júri popular)

-III Jornada Brasileira de Curta Metragem de Salvador

Terceiro Melhor Filme

-Abertura 8 - 1a Mostra de Cinema da Região Sul

Melhor Proposta de Desenho Animado

1977 - Metamorfose

- VI Super Festival Nacional do Filme Super 8 de São Paulo

Melhor Documentário

-V Festival Nacional do Filme Super 8 de Campinas SP

Melhor Filme Didático

-Abertura 8 - mostra de cinema Super 8 da Região Sul

Prêmio Destaque (Entre os 10 mais significativos da mostra)

Prêmio de melhor proposta científica.

1977- Ensaios

-Selecionado para o Canadian International Amateur Film

Festival 1978

-IV Festival Nacional do Filme Super 8 de Campinas SP

Melhor animação

- III Mostra Nacional do Filme Super 8 de Curitiba

Melhor Animação

Melhor Filme Didático

1977 - O Último Bloco

-Canadian Amateur FilmFestival

-VI Super Festival Nacional do Filme Super 8 de São Paulo

1976 - Coletânea

-Prêmio melhor filme de animação do Festival Pro-Filmes-Curitiba

O que foi mais marcante em sua história profissional?

O fato mais marcante em nossa carreira foi a participação do primeiro festival de cinema, o então diretor da Cinemateca do Museu Guido Viaro, Valencio Xavier, assistindo a uma projeção de filmes Super-8 mm no extinto clube de cinema Prófilmes. Ao assistir o filme intitulado Ensaios, um documentário onde mostra os Irmãos Wagner desenvolvendo técnicas de animação, Valencio achou o material muito bom, sugerindo para inscrever ele no festival de cinema de Campinas SP

O filme não estava sonorizado, e faltavam poucos dias para encerrar as inscrições. Na mesma noite Valencio Xavier, convocou o músico Marinho Galera, fomos à casa de um amigo, também cineasta, que tinha equipamento para sonorizar o filme. Na mesma hora enquanto o filme estava sendo projetado, Marinho compôs a trilha para a seqüência da animação. Na manhã seguinte corremos pesquisar discos de música clássica para completar a trilha. Assim na mesma tarde concluímos o filme, despachamos para Campinas.

O filme foi selecionado para a mostra competitiva, e para nossa surpresa, foi premiado como o melhor filme de animação do festival. Este prêmio foi da maior importância e nos incentivou para outras produções.

Como definiria o seu estilo como diretor? Esteticamente, etc.


Podemos definir o estilo “em grupo” porque na época que eram produzidos os filmes, cada um fazia um pouco de tudo, dentro das etapas dos filmes, na verdade sempre foi tudo resolvido em grupo considerando a opinião de todos.

PRODUÇÃO

Como tem sido o seu modo de realizar filmes - produção, verba, recursos humanos


No inicio da carreira os patrocinadores foram nossos pais, que sempre nos apoiaram. Os filmes nas bitolas de 16 mm e 35 mm foram realizados a partir de verbas destinadas para concursos de roteiros premiados. O trabalho mais recente foi com recursos da lei de incentivo fiscal. Geralmente, órgãos como a Secretaria de Cultura em parceria com outras entidades, exemplo A extinta Embrafilmes patrocinavam estas produções.

O procedimento é a criação de roteiro literário e outro decupado, descrevendo as cenas a serem realizadas. Este roteiro posteriormente inscrito em concursos passa por seleção composta por pessoas da área de cinema, jornalistas e ou ligadas à arte.

Quando o roteiro é premiado, uma verba é disponibilizada, geralmente em três etapas: pré-produção, produção e finalização para a realização do filme.

Como são divulgados os seus filmes?


Os filmes são divulgados por meios de jornais, chamadas em emissoras de TV, rádio e cartazes fixados em universidades, centros culturais, cinematecas e ou todos os locais onde possam dar informação ao público,

De que forma as leis de incentivo, as escolas, a TV Educativa e a RPC, entre outros, têm ajudado a sua carreira?


As leis de incentivo são importantes para que se possam realizar os filmes, mas infelizmente o montante burocrático sobrepõe ao mérito do projeto inscrito. A falta de bom senso, no julgamento dos projetos vem prejudicando bons roteiros e realizações, as vezes a falta de um documento, tem o projeto rejeitado, o que poderia ser providenciado prontamente. Deveria ser considerado o currículo e premiações dos realizadores.

A TV educativa tem dado espaço, mesmo que de forma tímida para os realizadores paranaenses. Outros meios de comunicação como emissoras de TV comerciais abrem pouco espaço para produções locais, a ajuda dá-se apenas para a divulgação dos filmes.

Sobre a questão técnica - poucas pessoas conseguem sobreviver de cinema no Paraná, portanto toda a equipe técnica acaba "fugindo" para a publicidade para sobreviver da sua profissão. Como é lidar com isso? Com quais os técnicos tem trabalhado mais frequentemente e o que significa.


A questão da sobrevivência pelo cinema é complicada. Poucos conseguem, e precisam estar “correndo atrás” seja por projetos de lei, filmes institucionais e até trabalhos em campanhas políticas. A questão de fugir para a publicidade, não esta acontecendo, hoje praticamente, todo o material vem pronto de fora, as vezes produzido no exterior.

E a formação de mão de obra – tem opinião formada sobre os cursos de cinema locais?

A mão de obra especializada em cinema é proveniente da própria experiência dos cineastas, os cursos de cinema oferecem técnicas, e geralmente custam caro, impossibilitando, de certa forma, que algumas pessoas com talento aprimorem a técnica. Muitas vezes estes cursos dão espaço para pessoas que usam o diploma como “status” divulgando ter participado de uma “escola internacional de cinema”. Por muitas vezes aqueles que têm ideais e talento para o cinema, se vêem obrigados a “desembolsar verbas” para um bom acabamento em suas produções.

É possível viver de cinema no Paraná? É só a questão financeira? Quais são as outras dificuldades? O que é necessário para que o profissional possa viver só de cinema?

Para viver de cinema no Paraná é preciso estar associado a instituições de cinema, caso contrário você é tratado como órfão, e de certa forma, excluído da competição, não podendo se articular voluntariamente acaba perdendo oportunidades de realizações.

Aponte o nome mais significativo para a história do cinema no Paraná (pessoa, instituição etc.).


A questão não é só financeira, tem muitos outros fatos, como a disputa no mercado, que é tão restrito. Seria interessante a instituição de um centro para formação de profissionais na área de cinema no Paraná. Atualmente existe uma única Universidade FAP (Faculdade de Artes do PR). Quanto ao nome mais significativo no cinema do Paraná, não podemos opinar afinal de contas, devemos considerar a “fase” de cada um, todos são importantes.

Fotos do segundo dia de gravação - Parte 2

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Como bonus, mais algumas fotos do primeiro dia de gravações:

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Fotos do segundo dia de gravação - Parte 1

Seguem as primeiras fotos da gravação realizada no último sábado, dia 21. Ainda hoje mais fotos das gravações.





Entrevista com Vergínia Grando

Segue entrevista realizada com a cinesta Vergínia Grando, realizada pela integrante do grupo Aline Dias:

Vergínia Grando possui graduação em Comunicação Social Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1998) e especialização em Undergraduate in Narrative Filmmaking pela Victorian College Of Arts (2000).

1. Como começou seu o interesse por cinema?

No segundo ano de faculdade, quando comecei a ter aulas de Produção de TV e um professor acabou com o meu primeiro trabalho. Ia desistir de Publicidade, mas depois daquilo resolvi continuar, aprender o máximo que eu pudesse lendo, sendo autodidata mesmo. Comprei um Super-8, fiz experimentações e acho que foi assim que tudo começou.

2. Quais são suas principais influências - literárias, cinematográficas, etc?

Pergunta difícil. No cinema acho que Tarkovsky. Literária, acho que Nabokov.

3. Quais temas que mais gosta de trabalhar?

Temas subjetivos, relativos à alma humana e suas peculiaridades. Os temas femininos também me interessam muito. Observações ácidas do cotidiano também me inspiram muito.

4. O que foi mais marcante em sua história profissional?

Estudar na Austrália e tudo que passei lá. Não pelos estudos, mas pelas pessoas que cruzaram o meu caminho naquele ano em particular e que me fazem uma melhor cineasta hoje.


5. Como definiria o estilo de seu trabalho (esteticamente, etc)?

Não sei definir e também não tenho estilo, eu acho. Faço filmes que me encantam no momento e da forma que parece mais próximo do que emocionalmente sinto pelo tema. Acho que meu estilo é a direção intuitiva talvez. Mas se vale alguma coisa, não gosto muito de diálogos, prefiro as imagens.


6. Como funciona o processo de criação do seu trabalho?As leis de incentivo facilitam de alguma forma?
Longo, às vezes demoro anos até colocar no papel algo que me tocou de alguma forma. Para filmar demora mais ainda devido às leis. Aprovar é fácil, captar é que é difícil. As empresas na maioria não entendem muito bem os mecanismos das leis e as que entendem tem sempre diretrizes como meio ambiente, educação. Ou seja, a arte em sim sempre fica de fora. Estou tentando captar para meus filmes há anos.


7. De que forma se dá a divulgação de seu trabalho?

Em alguns festivais e algumas mostras de cinema por aí. Tinha um site que tirei do ar porque estou montando o site da minha produtora e vou colocar meus trabalhos lá.


8. Sobre a questão técnica - poucas pessoas conseguem sobreviver de cinema no Paraná, portanto toda a equipe técnica acaba "fugindo" para a publicidade para sobreviver da sua profissão. Como é lidar com isso?

O eterno dilema de todo diretor! Você não aprende a lidar, simplesmente você se acostuma com o fato de que publicidade te dá dinheiro e cinema, vez ou outra, quando conseguimos grana pra fazer, te dá prazer e resgata o sonho de poder só viver de filmes um dia.


9. É possível viver de cinema no Paraná? O profissional que quiser se dedicar à área passa por quais dificuldades?

Não. Todas as dificuldades possíveis, desde achar um curso que dê uma base técnica boa, até conseguir entrar no mercado e conseguir grana para fazer filmes. Existe quem o faça, mas não vou entrar nos méritos.

10. Em sua opinião, qual o nome mais significativo para a história do cinema no Paraná?

Ia responder nenhum, mas agora lembrei que acho o Luciano Coelho muito bom. Ele é um cara bom e acho que muito significativo para o cinema daqui.

Filmografia e prêmios

Biografia (1 minuto/vídeo) - 1996
Feito para o Festival do Minuto
Roteiro e Direção.

Súbito (3 minutos/ 16mm finalizado em vídeo) – 1997
Ganhou Prêmio de Melhor Filme Universitário feito no ano. Foi shortlisted no Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba.
Roteiro e Direção.


Cininverso (8 minutos/ finalizado em vídeo) – 1998
Filme experimental que foi o Projeto de Conclusão de Curso pela PUC-PR.
Roteiro e Direção.

O Silêncio (4 minutos/ Super-8) - 1999
Filme experimental feito e finalizado em 8 mm. Entrou no Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba e no Festival de Gramado.
Roteiro e Direção.

Icarus (3 minutos/ Betacam) - 2000
Filme experimental em P&B.
Roteiro , Direção e Edição.

Morning Blur (2 minutos/ 16mm finalizado em vídeo) - 2000
Filme experimental que realiza um trabalho com cores.
Roteiro, Direção e Edição.

The Lullaby (5 minutos/ 16mm finalizado em vídeo) – 2000
Filme experimental que realiza um trabalho com luzes e cores.
Roteiro, Direção e Edição.

Soft Ground Under Concrete Skies (15 minutos/16mm) - 2000
Filme de conclusão de Pós-graduação. Foi indicado pela Film Victoria para o prêmio de filme mais inovador feito no ano 2000 em Melbourne. Foi selecionado para o V Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba e para o Festival de Brasília 2001. Em 2002 foi selecionado para o Festival de Toronto no Canadá. Foi convidado para diversas mostras de cinema no Brasil e no exterior.
Roteiro, Direção e Edição.

Relicário (3minutos/ Super-8) - 2005
Ensaio poético sobre o tempo e a impermanência.
Roteiro e Direção.

Easy Way (7minutos/ DV) - 2003
Clipe da banda ESS.
Roteiro e Direção.

Fiasco (30minutos/HDV) – 2007
Piloto de uma série para Tv a cabo.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Primeiro dia de gravação

Ontem realizamos os primeiros dias de filmagem, e apesar da chuva que caiu durante parte da manhã, conseguimos realizar tudo que estava programado. Nossos atores estão de parabéns, fizeram um ótimo trabalho. Segue abaixo algumas fotos:





sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Personagem: O médico

Mais um perfil de personagem para aumentar a curiosidade!

Responsável pela instituição, era o único dotado do sentido da visão. Por isso, podia falar de cores, mas ninguém acreditou em seus alertas.

Esse personagem será interpretado pelo ator Carlos Villas Boas.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Personagem: o ditador

Aquecimento para o início das gravações. Nos próximos dias, apresentaremos os personagens do filme "Quinze-Vingts".

Primeiro... o ditador:


É o personagem principal do enredo, um cego que julgou possuir noções sobre o sentido da vista. Uma pessoa aparentemente carismática, que, com o dom político da oratória, fez-se ouvir, intrigou e agregou partidários. Foi reconhecido, por fim, como chefe da comunidade. Mesmo sendo indagado sobre suas convicções, nunca quis deixar sua honestidade em dúvida.

Este papel será interpretado pelo ator Chico Nogueira.

domingo, 2 de setembro de 2007

01/07 - Reunião para acertar detalhes do roteiro

No sábado, dia 01/07, fizemos uma reunião com parte do elenco do curta na PUC para discutir detalhes e possíveis mudanças no roteiro. Houve uma leitura do roteiro e algumas mudanças pequenas foram sugeridas, sendo a mais relevante no que se refere ao figurino do que no roteiro em si. Segue algumas fotos da reunião.



segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Iniciando os trabalhos


Este blog é parte de um trabalho acadêmico para a disciplina de Produção Jornalística em Cinema, do 6º Período de Jornalismo da PUCPR. Funcionará como um diário de produção do filme que estamos produzindo, baseado no conto Pequena Digressão, de Voltaire.

Segue abaixo o conto no qual o roteiro da produção é baseado, em breve sinopse e roteiro completo no blog:

Pequena Digressão - Voltaire

Logo no começo da fundação dos Quinze-Vingts, sabe-se que os asilados eram todos iguais e seus assuntos se decidiam por votação. Distinguiam perfeitamente, pelo tato, a moeda de cobre da de prata; nenhum deles tomou jamais vinho de Brie por vinho de Borgonha. Seu olfato era mais fino que o de seus patrícios que tinham dois olhos.

Aprofundaram-se perfeitamente nos quatro sentidos, Isto é, ficaram sabendo acerca deles tudo quanto é possível; e viveram tranqüilos e felizes na medida em que os cegos o podem ser. Infelizmente, um de seus professores julgou possuir noções claras sobre o sentido da vista; fez-se ouvir, intrigou, granjeou partidários; reconheceram-no afinal como chefe da comunidade. Pôs-se a julgar soberanamente em matéria de cores, e ai é que foi a perdição.

Esse primeiro ditador dos Quinze-Vingts formou primeiro um pequeno conselho, com o qual se tornou depositário de todas as esmolas. Por esse motivo, ninguém se atreveu a resistir-lhe. Decidiu ele que todas as roupas do Quinze-Vingts eram brancas; os cegos acreditaram; não falavam senão de seus belos trajes brancos, embora não houvesse entre eles um único dessa cor. Como todo o mundo começasse então a zombar deles, foram queixar-se ao ditador, que os recebeu muito mal; tratou-os de inovadores, de espíritos fortes, de rebeldes, que se deixavam seduzir pelas opiniões errôneas daqueles que tinham olhos e ousavam duvidar da infalibilidade de seu senhor.

Dessa querela, formaram-se dois partidos. O ditador, para os apaziguar, baixou um decreto segundo o qual todas as suas vestes eram vermelhas. Não havia uma única veste vermelha entre os Quinze-Vingts. Riram-se deles mais do que nunca. Novas queixas da comunidade. O ditador enfureceu-se, os outros cegos também. Disputaram longamente, e só se restabeleceu a concórdia quando foi permitido, a todos os Quinze-Vingts, suspenderem o juízo sobre a cor de sua roupa. Um surdo, ao ler esta pequena história, confessou que os cegos tinham feito muito mal em querer julgar a respeito de cores, mas permaneceu firme na opinião de que só aos surdos compete falar de música.